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A Beleza das Histórias: Niketche

Pra refletir

Você precisa conhecer a obra de Paulina Chiziane. Está escritora moçambicana nasceu em 1955 para narrar histórias de mulheres fortes, que, cientes da própria força ou não, transformam suas trajetórias. Não é a toa que ela é vencedora do Prêmio Camões 2021, a maior honraria da Língua Portuguesa.


“Niketche” revela-se um dos romances moçambicanos mais renomados do século. Por essas páginas testemunhamos a dor e a astúcia de Rami, uma esposa fiel e subserviente. Ela faz o que manda a tradição, mas nem assim consegue ser amada por Tony, com quem é casada há vinte anos.


Certo dia, Rami descobre que a mesma devoção não lhe é retribuída. O marido policial, exemplo para a sociedade, tem várias amantes -- e filhos -- por todo o Moçambique.


Carregando a mágoa e o ressentimento, ela decide conhecer uma a uma. "Eu, Rami, sou a primeira-dama, a rainha mãe. [...] O nosso lar é um polígono de seis pontos. É polígamo. Um hexágono amoroso", diz. A partir desse encontro surpreendente, todas terão suas vidas completamente transformadas.


De origem humilde, Paulina Chiziane foi a primeira mulher moçambicana a publicar um romance -- apesar de não se considerar romancista, mas uma contadora de histórias. E com que talento escreve cada narrativa…

Esta obra ela mistura bom humor e consciência social, as feridas deixadas pelo machismo e um lirismo único para traçar um vigoroso painel da condição feminina e da sociedade de seu país.

Em um primeiro momento, creia, a submissão e a tristeza de Rami despertam na leitora uma indignação incontida e sede de justiça. Mas depois, viajamos juntas nas conquistas dessa mulher cativante. Tal qual a escritora que deu origem a este livro inesquecível.


TÍTULO: Niketche

AUTORA: Paulina Chiziane

EDITORA: Companhia das Letras

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