Um vendaval para chacoalhar todo o machismo e a misoginia ainda existentes no mundo. No monólogo King Kong Fran, a figura da tradicional atração circense da Mulher-gorila é usada para falar de sexualidade e de distinção de gênero como construção social.
A talentosa Rafaela Azevedo consegue a proeza de subverter a lógica patriarcal com humor. A personagem Fran, encarnada por ela nas redes sociais também, convida o público a conhecer o avesso dos estereótipos do que se entende comumente por feminino, invertendo de maneira cômica e irônica os fundamentos do machismo estrutural.
Ao criar cenas que refletem sobre os papéis destinados a mulheres na vida e na arte circense, o jogo de cena de King Kong Fran evidencia a rotina de constrangimentos sofridos pelas mulheres e reafirma a objetificação, a violência, o assédio, o silenciamento e a pressão estética que são amplamente naturalizadas no dia a dia.
A peça virou febre, com lotação esgotada por onde passa. Em um ano levou milhares de pessoas ao teatro e foi indicada para Prêmio de Humor 2023 nas categorias Espetáculo, Direção e Performance. Agora o texto para em nossas mãos, com acréscimos preciosos de Viviane Mosé, Letrux e Pedro Brício sobre os temas explicitados em King Kong Fran, além de quarta capa de Maria Ribeiro.
Nas páginas impressas, fios de esperança nas nossas mãos, pra rir enquanto recriamos um mundo mais feminino e mais justo. Para todos.
TÍTULO: King Kong Fran
AUTORA: Rafaela Azevedo e Pedro Brício
EDITORA: Cobogó
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