Pense numa história aterradora. Dessas que nos tiram o chão, nos roubam o fôlego. E o pior é saber que não se trata de um livro de ficção. “As meninas Ocultas de Cabul” é exatamente assim.
Fruto de uma reportagem aprofundada, um relato devastador sobre o desafio de ser mulher no Afeganistão. Ser mulher é uma afronta, um disparate, uma agressão, uma decepção por lá. Mesmo sendo as mulheres a base das famílias e da sociedade, no país assolado por tantas guerras ser mulher é carregar um útero fértil. Se ele não é fértil a “sua dona”não tem mais valor.
Tão violência faz com que famílias optem por vestir meninas de meninos, mudar seus nomes e seu gênero sem que a criança tenha esse desejo. Apenas para carregar o status de ter um filho homem.
Durante cinco anos de pesquisas no Afeganistão, a repórter Jenny Nordberg descobriu que algumas famílias criam suas filhas como se fossem meninos, tentando fazer com que a comunidade acredite que as crianças são de fato do sexo masculino. A prática é antiga, ancestral e comum, conhecida como "bacha posh”. Foi revelada por Jenny em reportagem de grande repercussão no jornal americano New York Times.
Este livro mostra em detalhe os horrores de um ambiente machista, e serve de alerta para a comunidade internacional sobre um crime que nenhum relativismo cultural é capaz de atenuar. Vidas devastadas que devastam outras tantas.
Essa história nos atravessa, nos sensibiliza e nos mostra que enquanto mulheres forem violentadas, diminuídas, ou desprezadas em algum canto do mundo o feminismo vai sempre ser necessário.
TÍTULO: “As meninas Ocultas de Cabul”
AUTORA: Jenny Nordberg
EDITORA: Companhia das Letras
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